sábado, 23 de março de 2013

Estorias de Minuto - 3

Um dia longe de casa
Por Roberto Miranda.

A primeira expedição aos objetos extrassolares aportou em Plutão com uma estação completa.
Os doze tripulantes passaram a exercer suas atividades confortavelmente acomodados nos módulos laboratoriais aonde dispunham de equipamentos de alta performance para compartilhar informações com o centro de comando na Terra enquanto exploravam o gélido mundo. A luminosidade de dia ali dependia do quanto a orbita ia aproximando-o do Sol, depois disso seria sempre noite eterna.
A princípio os astronautas efetuaram perfurações no solo rochoso e colheram amostras em barras cilíndricas para pesquisar o passado geológico do astro, considerado anteriormente um planeta.
Para não perderem o sentido de tempo de um dia terrestre a missão estabeleceu a jornada de trabalho com base nas 24 horas da Terra. O controle feito por computador não os deixaria desorientados ou perderem horas de sono.
Um dia longo naquelas condições devia parecer para os astronautas um pouco menos estressante do que a maratona de serviços prestados numa cidadezinha da Terra.

Estorias de Minuto - 2

A Flor de Marte

No inóspito planeta vermelho o veículo explorador autômato analisa o solo de um jardim petrificado, com flores de pétalas largas, na sombra da vala e conclui que outrora um rio de água doce correra por ali. E se Marte já foi um dia como a Terra, somente um cataclismo sideral haveria de desequilibrar o meio ambiente.
Após novas analises, resíduos microscópicos indicaram ter ocorrido uma forte concentração de radiação que esterilizou o solo em questão de dias. Talvez tenha sido um pulso de raios gama expelido do coração de um buraco negro em outra galáxia, do qual, mais cedo ou mais tarde, o planeta Terra ficará na sua mira.

Estorias de Minuto - 1

O Borrão no Sol
por Roberto Miranda.

Era um final de semana de verão.
A praia lotada e esplendidas mulheres bonitas remexendo o corpo na batida das ondas. Eu, como sempre, fiquei tomando minha cervejinha debaixo do guarda-sol e olhando as musas de óculos escuros. Em um fone auricular dependurado no ouvido esquerdo escutava musica de uma radio local quando minutos depois o som cessou de repente.
Tentei inutilmente outra estação, mas só captava chiado no ar. Imediatamente notei as pessoas em redor com o mesmo problema, uns até enterraram os tocadores na areia após se arrependerem de o ter adquirido no Paraguai.
Eu continuei na minha.
Cinco minutos mais tarde alguns banhistas sombrearam os olhos para avistar algo no céu. Eu segui o olhar e vi alguma coisa tapando o brilho do sol, mas não era a lua.
Um enorme objeto errante entrara no sistema solar a mil e estacionou na frente da coroa solar, escurecendo o céu enquanto obliterava o respaldo de luz agonizante da coroa, até por fim o sol morrer.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Uma inimaginável maneira de contar uma lenda indígena

A lenda dos Caiapós é bem simples e a figura de Bep-Kororoti torna-a factivel uma vez que a tal arma de raios, o cajado, apresenta conceito similar aos das pistolas de ficção científica dos anos 50. No entanto, a transposição do povo do céu para a floresta virgem na Terra me permite criar uma atmosfera tipica das aventuras espaciais, reservando muitas surpresas.